STREET FIGHTER II – VICTORY

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Na minha infância os jogos de luta se resumiam em Mortal Kombat e Street Fighter, só muito depois fui descobrir Tekken, The King of Fighters, Soul Calibur, entre outros, mas esses dois primeiros jogos são considerados os mais queridos dos games, sendo que o Street Fighter era legal de jogar até nos fliperamas.

Street Fighter II V

Enquanto que no MK os personagens mais escolhidos são Sub-Zero e Scorpions, no Street Fighter o Ryu e Ken são os mais queridos. Quando na metade dos anos 90 o SBT começou a transmitir o anime inspirado no jogo, fiquei curioso. Queria saber da história dos personagens, quem se unia a quem e entender como eles se relacionavam. Já havia uma animação do jogo, mas Street Fighter II – Victory é o mais conhecido e lembrado pelos fãs na minha época da TV Globinho.

Graças a Deus eles seguiram a temática do jogo, lógico que com várias modificações para se adaptar ao formato, mas não destruíram o folclore do game como o feito no filme de 1994 com Van Damme. Nesse desenho Ryu é o protagonista, juntamente com Ken e Chun-li, e a importância dos personagens é mantida. Nada de Dhalsim cientista ou Balrog cinegrafista.

Os dois discípulos e grandes amigos Ryu e Ken se encontram anos após concluírem um treinamento de artes marciais no Japão. Ken é um playboy americano, da rica família Masters e convida seu antigo amigo japonês para visitar a enorme mansão em que mora, em São Francisco.

 Jogo eletrônico de luta Street Fighter II

Ryu é mais simples, e reluta em visitar o amigo, mas acaba indo aos Estados Unidos. Após um encontro regado a luxos e mordomias, a dupla decide colocar em prática todo o ensinamento que tiveram anos antes na arte da luta, entrando em confusões com bêbados nos bares da cidade, até serem derrotados por um único homem, o coronel das forças armadas Guile, num bar frequentado por militares.

STREET FIGHTER

Os dois compreendem que ainda tinham muito a aprender sobre técnicas e lutas, e decidem fazer uma turnê mundial em busca de lutadores mestres em várias formas de combate, para aprimoramento e novos desafios.

Essa é a primeira sacada dos criadores para utilizar o esquema do game, que possui lutadores de várias nacionalidades. Para visitar todos esses locais eles contratam uma guia turística, a chinesa Chun-Li, filha do investigador Dubal, que ensinou a filha na arte do kung fu. Como guia turística, Chun-Li é muita amiga de Ryu e Ken, em especial do americano, que parece nutrir uma paixão pela garota, sendo que em muitos momentos Ryu também demonstra ter algum sentimento por ela.

Anime

Por intermédio da garota eles encontram em Hong Kong o ator de filmes de artes marciais Fei Long, inspirado no grande mestre Bruce Lee. Numa prisão na Tailândia, Ryu conhece o grande rei do Muay Thai Sagat, e diferente do que é mostrado nos jogos, o anime mostra Sagat como um lutador injustiçado, que por culpa de uma organização criminosa, foi preso injustamente e sua reputação foi terrivelmente manchada, bem diferente do Sagat do game, um dos chefes da Shadaloo.

Após uma passagem pela Índia e um grande aprendizado com o monge Dhalsim, depois de várias lutas e aventuras, os três vão para a Espanha e lá tem seu derradeiro contato com o grande grupo criminoso Shadaloo. Nessa parte há uma das participações mais marcantes de um personagem secundário: o mascarado espanhol Vega é bem representado e sua luta com Ken pode ser considerada a melhor do anime, além de sua motivação em conquistar Chun-Li.

A partir desse encontro com a Shadaloo os personagens começam a aparecer mais rapidamente, e tendo talvez suas participações diminuídas. O grande chefão dessa organização criminosa, M. Bison, já utiliza o poder extraído de raiva e ódio, ao qual ele denomina Psyco Power, e descobre por conta do destino que tanto Ken e Ryu dominam um tipo de força parecida, mas provindas do ki, com muito treinamento e concentração, e Bison planeja extrair esse poder da dupla, sendo que Ryu manifesta seu poder mais rapidamente, chamado de Hadou.

Anime “Group TAC”

No desenho quase todos os trajes mudaram, seja com pequenas nuances até roupas totalmente diferentes dos games. Ryu aparece sem sua icônica faixa vermelha e Chun-li não tem seu modelito e coques no cabelo, característico da personagem. Cammy e o boxeador Balrog estão vestidos de modo totalmente diferente. Talvez seja para adaptar os personagens à história ou para diferenciar o anime do jogo com o intuito de gerar uma sensação de novidade, pois muitos personagens têm sua história e índole alterada.

A troca dos nomes entre Vega, Balrog e Bison, ocorrida nos games, não causa confusão alguma. No original o chefe da Shadaloo é Vega, sendo que o espanhol vaidoso é chamado de Balrog e, por sua vez, o boxeador negro é denominado M. Bison.

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O anime é muito legal (só o final pareceu um pouco arrastado) e poderia ter gerado continuações que nunca vieram. Poderiam ter trabalhado mais os lutadores Balrog, Cammy, Zangief e Sagat nesses episódios inexistentes, ou incluído E. Honda e Blanka em novas histórias, entre outros. Akuma, ou Gouki se preferir, aparece em vários episódios, como uma brincadeira dos criadores para deleite dos fãs, em situações impossíveis como fazer check in em aeroportos, comer num restaurante requintado ou comprando frutas.

Lembra muito o que a Pixar faz em seus filmes, como incluir o carro do Pizza Planet em alguma cena de cada filme, entre outras referências. Mas ver Akuma como um vilão na temporada seguinte seria muito bom. Mas enfim, temos um ótimo anime para assistir ou lembrar sempre que possível.

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