Games e crimes: uma relação mentirosa

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Estou voltando nesse assunto antigo sobre os jogos violentos. Hoje vamos falar das consequências na vida das pessoas.

Jogos violentos deixam jovens mais violentos? Jogos violentos influenciam a violência?

No Rio de Janeiro um crime que chocou o Brasil e o mundo: um assassino entrou em uma escola no bairro de Realengo e matou 12 crianças.

Um crime sem precedentes no Brasil, mas que já ouvimos falar da sua ocorrência em outros países. E nestes outros casos, temos sempre a mesma comparação e o provável ‘incentivo’ para os assassinos: a influência dos games. E a quantidade de baboseiras que a ‘mídia’ divulga chega a dar vergonha. Pensando nos crimes cometidos, na possível influência dos games e sendo uma gamer, resolvi expor minha opinião e os lados destes casos.

Jogos influenciam a violência? Juventude perdida?

Um dos casos mais conhecimentos no mundo ocorreu em 20 de abril de 1999 no Instituto Columbine, em Colorado, Estados Unidos. Dois estudantes de 18 e 17 anos entraram na escola, matando alunos e funcionários. Como de costume após os crimes, o procedimento é pesquisar sobre o passado dos autores, possíveis influência, se enfrentava algum problema, preconceito e etc.., e neste caso, descobriu-se que ambos os assassinos eram fãs da série Doom, um dos jogos pioneiros no gênero de tiro e violência. Ambos sofriam de depressão, tinham pensamentos suicidas e eram adeptos do nazismo.

No Brasil, um crime bárbaro envolvendo influência dos games violentos aconteceu em novembro de 1999, em São Paulo.

jogos violentos e suas consequências

O estudante de medicina Mateus da Costa Meira entrou em cinema do Morumbi Shopping, com cerca de 40 pessoas na plateia, e disparou tiros de uma submetralhadora, deixando 3 mortos e vários feridos. Dessa vez, Mateus seguiu os mesmo passos do jogo Duke Nukem 3D. Era viciado em crack e cocaína.

Games são violentos? Agressão?

Agora este caso, ocorrido no Rio de Janeiro, bairro do Realengo. Wellington Menezes de Oliveira entrou em uma escola do bairro e matou 12 crianças, sendo 10 meninas e 2 meninos. Outras estão internadas juntamente com funcionários da escola. Após ser atingido por um sargento, Wellington se suicidou.

Nas investigações realizadas na época, descobriu-se que Wellington jogava GTA e Counter Stryke. De acordo com conhecidos, sofria bullying na escola e distúrbio mental.

Todos tem em comum jogar vídeo game. Porque o número de jogadores é alto, simples assim.

O atirador de Realengo também poderia comer pãozinho com manteiga sem sal e a culpa seria da manteiga sem sal?

Jornalista normalmente não se importa que o atirador de Realengo era doido e queria ser um terrorista, que adorava o 11/09. A culpa foi da TV e dos jornais que mostraram isso então?

Perceberam algo parecido nestes 3 casos? Todos sofriam de um determinado tipo de problema. Vou relatar o caso de uma pessoa comum, no meu, por exemplo:

Me chamo Claudio Gomes do Blog Cosplace. Não consumo drogas, não tenho problemas com álcool, não sofro de depressão, sempre tive bom relacionamento com minha família, colegas na escola e no trabalho, tenho uma religião, mas não sou fanático. Jogo desde meus 12 anos e muitos destes jogos são violentos, como GTA, Doom, Carmageddon, Counter Strike, entre outros. Entretanto, não tenho coragem de matar uma barata.

Influência dos jogos digitais na atualidade

Viram a diferença? Eu JAMAIS faria qualquer mal a uma pessoa por presenciar qualquer acontecimento em um jogo, pois não tenho nenhum problema, seja mental, familiar, ou qualquer outro. E é aí que está o problema em apontar um jogo de videogame como a causa ou influência para um crime.

É claro, a realidade em um jogo, principalmente os FPS, é muito grande, toda a sensação de matar, mutilar, bater, está presente para quem joga. Mas querer culpar somente os games em crimes bárbaros é sensacionalismo barato.

A falta de conhecimento de certos jornalistas é tão grande que causa vergonha. Olhando no Twitter, vi muitos gamers comentando a respeito de uma matéria feita por um jornalista em que aponta jogos como GTA e Counter Stryke como influência para o assassino de Realengo, para ver a matéria clique aqui.

Videogames e violência

Só o fato de dizer que em GTA e Stryke é necessário matar crianças, mulheres e idosos para ganhar pontos, a matéria já perdeu toda a credibilidade. Os jogos são divulgados apenas como jogo de violência gratuita sem fundamento, são raros os que conhecem a história do game, do porque matar, porque cometer crimes, e com isso saem por ai falando besteira.

Então pergunto, os games podem influenciar as pessoas a cometer crimes? Somente os games, não.

Se a pessoa possui algum problema em que seu comportamento é alterado, ai sim, podem influenciar. Acredito que estes criminosos tenham realmente se inspirado em cenas, personagens ou situações a partir de um game.

Da mesma forma como um filme influência. Em 1996, o filme ‘O Diário de um Adolescente‘ serviu de influência para um rapaz entrar em uma sala de aula com um casaco preto, escondendo armas, e matar 3 pessoas.

Jogos violentos e suas consequências – Cybercrime?

Da mesma forma que uma religião influência, quantos casos acontecem de pessoas que se matam e matam outras pessoas por devoção a uma seita ou religião?

Então, como disse anteriormente, culpar uma forma de entretenimento que cresce a cada dia, emprega milhares de pessoas e fatura bilhões mostra como ainda existem o preconceito contra os games.

Influência dos jogos digitais na atualidade podem criar uma nova geração?

O famoso jogo eletrônico sempre vai existir, criança sempre terá acesso cada vez maior, saúde mental precisa ser tratada e a tecnologia não pode ser relacionada a crime.

Sim precisamos dos meios de comunicações. Mas, infelizmente a mídia em geral sempre tenta arrumar um pouco mais de ibope falando e acusando alguma coisa. Não é de hoje que sempre acham algo que está fora do normal e o colocam como um agente de terror.

Eu tenho uma opinião. Alguém que está sujeito a sofrer influência dos jogos, está igualmente vulnerável a sofrer de qualquer outro veículo de comunicação (seja por filmes, TV aberta, seriados)…

Tem os casos também envolvendo ataques com cães. Ganham a mídia se for da raça pit-bull, e o que acontece? A raça fica mal falada e pessoas sem discernimento espalham bobagens aos 4 ventos. No caso dos jogos não é diferente.

Por isso que digo que games e crimes influenciados por games é uma relação mentirosa que a mídia insiste em expor como verdadeira. E ainda temos que aguentar um projeto de lei em que solicita a proibição de games com conteúdo ofensivo, com tanta coisa mais importante para se preocupar nesse Brasil, começando lá mesmo no Senado. Porém e ainda bem decisão retirada pelo autor e destino ao arquivo.

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